Andar, andar, andar...
Andar pra onde?
Pra que?
Sabe onde está, mas está perdido.
Não está perdido...só não sabe onde está.
Por que está ali?
Por que não se questiona?
Não ter forças pra isso.
Como se estivesse com a alma morta em um corpo vivo.
Vive como a vida pede.
Faz tudo como um robô programado para sobreviver.
Seus desejos vão deixando de existir.
Suas roupas vão ficando cada vez mais largas.
Esquece o que é tempo, esquece que tem que se alimentar.
O tempo não passa. O tempo não para.
Ele simplesmente não faz diferença. Não existe.
Segunda não é pior que terça. Sabado não é melhor que domingo.
Todo dia é apenas um dia.
Dia não é dia.
Deitar e levantar tanto faz, mas se ficar sozinho é melhor.
Está cansado das armadilhas no universo.
Das risadas maléficas de pessoas.
Seu coração sangra pelos seus olhos que se recusam a cessar.
Nem o céu mais bonito pode fazer o seu dia feliz.
Nem o prato mais perfeito e bem feito, pode desenhar um sorriso em seu rosto.
Não tem sede. Não tem fome.
Só vive em um vazio. Em um nada.
Um nada onde a tristeza vive.
Não se lembra da ultima vez que estava feliz. Afinal...o que era felicidade mesmo?
Tem receio de aceitar ajuda.
Tem medo de tudo.
Sente o corpo mole.
Não forças para gritar. Nem para respirar.
E aos poucos você sente que seu corpo está morrendo.
Não tem começo
Não tem fim.
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